As dores de cabeça, no pescoço e nos ombros podem estar relacionadas com a boca, mais precisamente decorrente do posicionamento dos dentes e na postura da mandíbula. É a chamada DTM (disfunção temporomandibular). Segundo dados da Sociedade Brasileira para estudos da DOR, a DTM atinge 6 a 8% da população e, em 90% dos casos as mulheres são as mais afetadas.

Os principais fatores etiológicos são o “stress” muscular ou mesmo emocionais, restaurações ou próteses mal executadas, posição incorreta dos dentes ou ausência destes e funcionamento inadequado do sistema mastigatório, também denominado de hábito parafuncional.  Entre os hábitos parafuncionais, destaca-se: o bruxismo (ranger de dentes) ou o apertamento dentário que durante horas seguidas de funcionamento muscular anormal pode resultar numa fadiga muscular ou mesmo num processo inflamatório. A fadiga provoca acúmulo de ácido lático e causa a conhecida dor de cansaço muscular: dor de queimação. Um dos principais músculos envolvidos é o masseter e a dor costuma se localizar na região das têmporas (entre o final das sobrancelhas e o ouvido). No caso de processo inflamatório as dores são piores e o inchaço, inerente à inflamação, pode pressionar um conhecido nervo que fica na região, o trigêmeo e causar a tão temida neuralgia (e não nevralgia!) do trigêmeo.

Na dor intensa e difusa, o diagnóstico correto é fundamental. O tratamento da DTM varia de acordo com o grau de problema apresentado. As formas mais usadas para aliviar a dor e eliminar o problema são os exercícios para corrigir os maus hábitos, o relaxamento muscular (placa miorrelaxante), compressas, fisioterapia, acunputura, além da reabilitação protética, tratamento ortodôntico com aparelhos fixos ou removível, cirurgia ortognática, entre outros.

Dr. Alexandre Dias

Mestre e Doutor em Reabilitação Oral