A terapia, que tem efeitos antiinflamatório, analgésico e biomodulador, é capaz de evitar a interrupção da quimio e radioterapia.
Desde de 2002, o Laboratório Especial de Laser em Odontologia (LELO), da Faculdade de Odontologia (FO) da USP, oferece tratamento gratuito a pacientes com mucosite oral decorrente de quimio e radioterapia. A doença que se caracteriza por ulcerações na boca, algumas vezes pode acarretar na interrupção do tratamento oncológico. Segundo matéria da Agência USP de Notícias, utilizando lasers de alta e baixa potência, os profissionais têm muitas vezes conseguido impedir essa interrupção. A mucosite oral é classificada pela Organização Mundial de Saúde em quatro estágios. “A partir do terceiro, o paciente já não tem condições de ingerir alimentos sólidos, apenas líquidos; no quarto e mais grave, nem líquidos — não há outra maneira de se alimentar que não por meio de uma sonda”, afirma a notícia. Alyne Simões, colaboradora no atendimento clínico no LELO e doutoranda no centro de pesquisa em biologia oral da Faculdade de Odontologia (FO), destaca na matéria que, “A mucosite oral pode causar uma infecção secundária iniciada pela boca do paciente. É muito sério, pode ter como conseqüência morbidade e até mortalidade”. Segundo Simões, a maneira ideal de se reduzir o desenvolvimento de mucosites é dar ao paciente um acompanhamento multidisciplinar, onde haja dentistas e médicos. Ela destaca que “A idéia do professor Carlos de Paula Eduardo, atual diretor da FO e responsável pelo LELO, é — em nível nacional — treinar e capacitar equipes que atuem juntamente com os oncologistas”. Atualmente, o laboratório atende em parceria com hospitais da rede pública. Vale lembrar que o paciente submetido ao tratamento oncológico está imunodeprimido, o que faz com que o laser seja uma boa alternativa terapêutica, já que é não-invasivo e é atraumático. O mecanismo auxilia na prevenção e na cicatrização, além de ter efeitos antiinflamatório, analgésico e biomodulador. No entanto, é importante destacar que o tratamento com laser tem suas limitações. Simões afirma na matéria que o laser não faz milagre, sendo importante que o paciente seja submetido ao tratamento odontológico antes mesmo da quimioterapia e da aplicação do laser, pois é uma forma de prevenção da infecção. “Não se pode esquecer da higiene, ela está diretamente relacionada à severidade da mucosite”, conclui. Agência Notisa |