Há pouco mais de seis meses, pacientes internados nos 115 leitos das nove UTIs do Instituto Central do Hospital das Clínicas (HC) são visitados diariamente por dentistas que têm como objetivo identificar e tratar possíveis focos de infecção na boca dos doentes.
A boca é uma das portas de entrada para infecções, principalmente a respiratória. Se não estiver limpa, facilita a proliferação das bactérias. Se não tratadas, elas podem comprometer o quadro clínico do paciente, especialmente dos entubados, além de atrasar o processo de alta.
Antes, o serviço odontológico na UTI era acionado apenas sob demanda médica. Além disso, já fazia parte da rotina fazer o tratamento dentário de pacientes eletivos – antes das cirurgias agendadas – para evitar infecções. Agora, um protocolo de higienização foi criado: as enfermeiras fazem a limpeza dos dentes – o que inclui escovação e raspagem da língua – e os dentistas procuram focos de infecção.
Se um paciente está com placa bacteriana, por exemplo, a equipe faz a raspagem e a higienização na hora. Se o dente estiver inflamado a ponto de comprometer o tratamento, ele é extraído – há duas semanas, o dente de um paciente com tétano foi extraído porque ele poderia ser a porta de entrada da infecção.
“O objetivo da odontologia hospitalar é tratar focos agudos e oportunistas, como pus na gengiva, placa bacteriana, periodontite. Não vamos restaurar cárie, porque é infecção crônica, não aguda”, diz Maria Paula Siqueira de Melo Peres, diretora da Divisão de Odontologia do hospital. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
via Estadão