Escrito por Dr. Alexandre Dias

A amamentação e a odontologia

A amamentação tem sido incentivada por ser o leite materno não só o alimento mais completo e digestivo para crianças de até um ano de idade, como também por ter ação imunizante, protegendo-as de diversas doenças.

Crianças aleitadas ao peito têm melhor desenvolvimento mental e maior equilíbrio emocional. A amamentação é gratificante para a mãe e interfere beneficamente na saúde da mulher, por exemplo, diminuindo a probabilidade de câncer de mama, ajudando na involução do útero e na depressão pós-parto.

Porém, poucos sabem que a amamentação tem reflexos futuros na fala, respiração, mastigação e dentição da criança.

Amamentar é um exercício muito importante
Quando a criança esta na fase de amamentação ela esta recebendo as vitaminas da mãe e também esta fazendo um exercício físico extremamente importante para dilatar sua ossada e musculatura bucal.

O bebê recém-nascido tem o maxilar inferior muito pequeno, que irá obter um equilíbrio em relação ao maxilar superior durante o seu crescimento estimulado pela sucção do peito. Toda a musculatura bucal é desenvolvida, músculos externos e internos, que, solicitados, desenvolvem os ossos.

Mamar no peito não é fácil, por isso o bebê transpira durante a amamentação. Esse exercício é o primeiro responsável pelo crescimento harmonioso da face e dentição do bebê. Usando mamadeira, esse exercício é quase inexistente, e a preferência do nenê pela mamadeira vem da facilidade com a qual ele ganha o leite, principalmente quando este flui por um furo generoso no bico.

Para exercitar-se com maior eficiência, o bebê deve ficar na posição mais inclinada próximo da posição vertical. Esta posição é importante porque facilita a deglutição do leite.

Este exercício de amamentação também colabora para evitar que os dentes não cresçam encavalados (apinhamento dental).

Os Maxilares melhor desenvolvidos propiciarão um melhor alinhamento da dentição, diminuindo a necessidade futura do uso de aparelhos ortodônticos.

Músculos firmes ajudarão na fala. Durante a amamentação, aprende-se respirar corretamente pelo nariz, evitando amigdalites, pneumonias, entre outras doenças.

Quando a criança respira pela boca, os dentes ressecados ficam mais expostos à cárie e as gengivas ficam inflamadas, os maxilares tendem a sofrer deformações e os dentes, a ficar encavalados, aumentando também o processo de cárie.

Amamentação prepara o bebê para a mastigação
A mamadeira costuma tornar-se uma companheira para a criança ao longo de anos, acaba ficando preguiçoso habituando-a a uma dieta mole, fácil e adocicada, isso aumenta os riscos de cáries (cárie de mamadeira); a criança tende a começar a recusar alimentos que precisem de maiores esforços como a mastigação e a sucção.

Depois da amamentação, a mastigação correta continuará a tarefa de exercitar ossos e músculos bucais. Compreenda que a amamentação prepara a criança para iniciar um longo processo de mastigação.

Muitas mães reclamam que seus filhos, já crescidos, que não mastigam corretamente e recusam verduras e frutas, apreciando apenas doces e iogurtes.

Geralmente isso acontece porque algumas mães (em um ato de querer facilitar os esforços do bebê) os habituaram a não praticar os exercícios bucais, naturalmente exercidos durante a amamentação.

Este ato de preservar o bebê pode trazer conseqüências ainda mais serias. Em um futuro próximo o uso precoce e prolongado da mamadeira poderá refletir na mastigação incorreta podendo levar também a problemas de obesidade e de estômago.

Evitando hábitos Prejudiciais
Atrelada à mamadeira, vem a chupeta, que também é usada normalmente por muito tempo, e o hábito de chupar o dedo, afetando o posicionamento dos dentes e trazendo também conseqüências danosas à fala e à respiração

Abandonando a Mamadeira
A partir dos quatro meses , quando a mãe lentamente começar a introduzir outros alimentos (desmame), deverá fazê-lo usando apenas copos e colheres, evitando o uso de mamadeira ou “chuquinha”.

Prevenindo a Cárie
A primeira consulta odontológica de uma criança deveria ser antes do nascimento de seu primeiro dentinho; nesse primeiro encontro, o odontopediatra orientaria a respeito da higienização, dieta e como proceder quando os dentes começarem a irromper e a incomodar o bebê.

Entre outras coisas, aconselharia, os pais a acostumarem-se a levar seus bebês ao dentista, assim com os levam ao pediatra, no sentido de se poder acompanhar de perto o desenvolvimento destes na tentativa da erradicação da doença cárie.

Fonte: http://www.steticlin.com.br/amamentacao-dentes-bebe.asp

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